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A história de um Pequeno Príncipe

Estar a frente do Outstanding Maternity tem sido experiência incrível. A cada artigo eu vejo a incontestável força que a fotografia tem e principalmente o amor que os fotógrafos de família têm por seu trabalho.
Este mês a Lu conta essa história tocante, que é melhor representada por suas próprias palavras do que eu poderia escrever, por mais que me esforçasse:
“Creio que esta história possa tocar o coração daqueles que praticam a fotografia. Mostrando que não há lugar, não há cenário, não há produção, não há luz perfeita ou a minha-melhor-grande-super -foto que pague o real valor de um registro eterno do amor.”
Agora com vocês Luciana Martins …

A História de um Pequeno Príncipe

Luciana Martins

A Luísa e o Henrique foram presenteados com a promoção que lancei na fanpage de Dia dos Namorados { eu e meu amor }. O sonho dela era fazer seu ensaio de gestante. Mas nem sempre tudo acontece como queremos. Com 25 semanas de gestação ela precisou internar com trabalho de parto prematuro. E então, assim ficou até o final da sua gestação, com muitas limitações de movimento para estender ao máximo o tempo do bebê em seu ventre.

Porém, como somos muito determinados e empolgados, realizamos o sonho do seu ensaio de gestante, no hospital mesmo.

Tivemos a liberação médica de sentá-la por apenas 30 minutos e aproveitamos para um passeio na cadeira de rodas pelo hospital e pegarmos aquele solzinho… coisa que encheu o dia dessa linda mamãe de alegria. Nos divertimos muito e a tarde foi iluminada com muita energia positiva.

No dia das fotos havia único pedido por parte deles: usar mantas enroladas ao pescoço, pois para eles, havia essa ligação muito forte com a história do Pequeno Príncipe e eles sentiam necessidade de simbolizar isso naquele momento. Assim fizemos!

Depois de feito o ensaio, em questão de poucos dias a Luísa já começou a ficar mais inchada, mais cansadinha. Quando tudo estava em segurança o médico deu sua alta, liberando a moça para ir para casa e ficar alguns dias, aguardando o sinal do Martín querer nascer. Em dois dias retornam ao hospital, ela em trabalho de parto, mas agora na hora certa… e lá vinha o Martín de parto natural, bem como o casal havia sonhado!

A alegria toma conta. Batalha enfrentada, depois de tantos meses de hospital, repouso e medicações.

Porém… alguns dias após seu nascimento, Martín precisa retornar ao hospital com urgência. Ele foi diagnosticado com cardiopatia complexa, precisando deslocá-lo ao hospital da capital para que recebesse os melhores cuidados em UTI especializada.

Bravamente, esse pequeno príncipe lutou. Pouco mais de 10 dias, foi até onde pôde e deveria ir.

Não é o final feliz que todos esperávamos.

Garanto, contudo, que para esses pais Martín foi seu maior amor. Compartilharam de sua presença, aprenderam com ele, se tornaram pais, eternamente. A dor aperta, consome… mas percebi aqui que a fé e o entendimento espiritualizado manteve a sanidade e a aceitação do que se passou.

Como a própria mãe relatou, cada mulher reage, sente e estabelece a maternidade de forma própria. Amor à primeira vista? Susto frente a um ser tão indefeso? Tem todos os dedinhos? Não chorou forte como devia! Amamentação em livre demanda. Prefiro mamadeira. Nossa!

São tantos conflitos, medos, questionamentos. Mas uma coisa Luísa formulou perfeitamente: “só uma coisa é comum a toda experiência de maternidade: a singularidade.”

Quando tive a oportunidade de conversar com o papai do Martín, não tive como conter as lágrimas e perceber o quanto as fotos no hospital e aquele dia havia sido importante para essa família… e pra mim. Pude processar tudo isso na minha cabeça e ter a certeza de que estou trilhando o caminho certo. Quando ele me disse: “Não chora Lu… se for pra chorar, chora de alegria. Ele foi a coisa mais linda que aconteceu na nossa vida.”

“Quero te agradecer demais por ter captado com tamanha sensibilidade aqueles momentos tão especiais do nosso pequeno príncipe ainda na barriguinha da Luísa. Aqueles momentos foram muito especiais tanto para mim como pra ela, quanto pra breve passagem do Martín junto a nós. Tenho certeza de que nosso pequeno príncipe é muito agradecido pelo teu olhar tão sensível sobre a vida dele. Um grande abraço, nossa querida amiga e fotógrafa oficial dos melhores momentos de nossas vidas.”

Luciana Martins
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Luciana Martins
Luciana Martins
13_nov

Creio que isso possa tocar o coração daqueles que praticam a fotografia. Mostrando que não há lugar, não há cenário, não há produção, não há luz perfeita ou a minha melhor grande super foto que pague o real valor de um registro eterno do amor.

Acreditamos que essa mensagem possa ajudar alguma família que tenha vivido ou esteja enfrentando algo similar. Acreditamos que as boas vibrações, o carinho, a presença dos amigos, as orações ajudam tanto quem fica, como quem vai. E acreditamos acima de tudo, que Deus não enviaria esse anjo para fazer esse papai e essa mamãe sofrer. Há algo de divino nisso tudo. Algo a mais. E só se pode ver com o coração.

“Tu não és para mim senão uma pessoa inteiramente igual a cem mil outras pessoas. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo… O essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver com o coração” – O Pequeno Príncipe.

Abaixo disponibilizo a história desse casal (que eu amo demais), para que vocês entendam o porquê eles ganharam a promoção.

Luísa e Henrique

“Numa tarde normal de trabalho, entre planejamentos de aula e organização de material didático, fui chamada pela ‘chefe’: “Vem cá, encontrei a pessoa perfeita para o que estamos procurando. Olha o currículo dele e vê o que tu acha. Se tu me der o ok, chamamos ele amanhã. (…)” Meses de treinamento e cursos de capacitação (…) Sentávamos perto um do outro nas reuniões, mas não conversávamos muito. E quando compartilhávamos nossas experiências, eram quase sempre opostas. Fora dali, eu vivia uma vida bem normal, pacata, sem nada muito interessante (…) o pessoal da escola resolveu se reunir para confraternizar antes do início do semestre letivo. Acabamos sentando um do lado do outro (…) Quando vimos, estávamos totalmente alheios a toda a conversalhada animada do pessoal, em um mundo paralelo.E quanto mais íamos conversando, mais nossos corpos se aproximavam sem querer, e mais fechados em nós nossos assuntos ficavam. “O bar vai fechar”, alguém falou. “Querem carona?”, ofereci. Fingi sentir fome, mas queria mesmo é continuar conversando contigo e por isso convidei ele para comer um xis comigo. Fomos até a lancheria. Era pouco depois de meia-noite, e eu comi ¼ do hambúrguer que pedi. Lentamente… Conversamos, conversamos, conversamos… (…) Até que tu me interrompeu: “Desculpa, mas…. amanheceu!”. Comoooo??? Olhei para trás e o sol quente de fevereiro já despontava. Os funcionários estavam limpando a lancheria pro dia seguinte. Pessoas já estavam nas ruas indo trabalhar. A essas alturas, já era meu aniversário, e eu estava às 8h da manhã com um colega que até então era um estranho. (…) Fui pra casa. Apavorada. Tremendo. Muito apavorada. Não conseguia dormir, liguei o computador. Tu estava online, continuamos conversando pelo Messenger. Loucos varridos. (…)Lembra que nesse dia tu me ligou de madrugada? Me dizendo que algo estava acontecendo, que não era normal, que estava sentindo coisas… E que não sabia o que fazer com isso. Disse que estava procurando um grande amor… E que não se contentaria com nada menor que isso. Eu não sabia o que fazer. Nos próximos 4 dias, nos falamos constantemente pelos meios eletrônicos. Eu já não comia mais, não conseguia estudar nem me concentrar pra nada. Lembro da primeira vez que nos abraçamos, quando ainda não sabíamos o que fazer com todo aquele sentimento que efervescia dentro de nós. Nossos corpos pareciam tão simetricamente feitos para ficarem juntos… No toque da tua mão na minha, parecia que as moléculas da tua pele acomodavam as da minha de um jeito que eu nunca tinha sentido antes. (…)Mas nossa conexão era tão forte quanto as nossas desavenças. No primeiro ano do nosso namoro, tive a maior intensidade de sentimentos que já pude experimentar em toda a minha vida. Muito amor em um dia. Brigas intermináveis no outro. (…)No final do ano passado, tu precisava seguir tua carreira, e São Paulo era a melhor escolha. Além disso, já estávamos cansados da montanha-russa que havíamos criado pra nós. Eu queria largar tudo e ir, mas sentia que não podia deixar minha carreira pra trás também. (…) Havia acabado o sonho de um grande amor de que tanto falávamos.Meu aniversário de novo. Depois de termos rompido, não ficávamos muito tempo sem nos falar… Trocávamos fotos, mensagens e, claro, farpas. Mas nos falávamos todos os dias. Quando te liguei, senti no teu jeito a tua felicidade. Pensou que eu ia dizer que te amava e ia pedir pra voltar, não é? Mas tudo o que eu consegui falar, com a voz embriagada de emoção, foi: “Eu to grávida.” Algumas horas depois, eu te buscava na rodoviária, tu aos prantos que seria pai, com o sorriso mais iluminado que já vi no teu rosto. Duas semanas depois, eu abria as portas do nosso apartamento pra ti entrar com os nossos móveis. Menos de um mês depois, recebíamos um e-mail informando que teus documentos haviam sido extraviados em São Paulo e outro confirmando tua vaga no mestrado aqui do Rio Grande do Sul. Hoje, somos parceiros inseparáveis de luta, companheirismo e amor. Não temos somente uma casa juntos, mas construímos um lar. Dormimos, comemos, acordamos e trabalhamos juntos. Nutrimos a harmonia no nosso amor e o amor pelo nosso filho. Confiamos um no outro e no universo que fez com que a vida rodasse tantas vezes para que tivéssemos certeza da nossa união. Tu és meu cúmplice, meu amigo, meu namorado, meu marido, meu parceiro de trabalho… Aquele que me puxa as orelhas e me dá o ombro quando preciso. O homem por quem torço e vibro a cada conquista e com quem quero dividir com muito amor todos os momentos que nós três construirmos. Por quem choro na fila da padaria quando uma amiga pergunta casualmente o que eu sinto. Um ser humano com quem tanto aprendo na diferença e com quem posso ser eu mesma sem medo. A pessoa que eu escolhi para compartilhar os meus dias e o meu ser. O pai do meu filho, tanto desejado por nós dois. O papai com quem compartilho as delícias e as dores de ser uma mãe em gestação. O parceiro que acompanha com muito amor cada movimento do nosso pequeno bebê e com quem planejo cada detalhe da sua chegada ao mundo. E tu me diz que nunca me viu tão feliz… Eu nunca estive tão feliz em toda a minha vida! E essa família tão linda que se forma só pode ser por vivermos ‘um grande amor’… O maior amor que já senti.”

 

lu-foto-p-perfil-blog_editado Luciana Martins é colunista oficial do Blog Outstanding Maternity.
Mãe da MV, esposa do Marcos Souza e fotógrafa. Amo gatos. Adotamos o Mingau e a Amy (aham, Winehouse!). Comida: sim, por favor!!! Se for sushi melhor ainda. Apaixonada por conhecer pessoas, adoro reunir os amigos, sentar para dar risadas e tomar uma cerveja bem gelada!
Em eterno estado de busca de entendimento do mundo, de mim mesma e do próximo.
www.lucianamartinsfotografia.com
facebook.com/lucianamartinsfotografia/

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26 comentários em “A história de um Pequeno Príncipe

  1. Existe uma coisa que ultrapassa as barreiras da física, do tempo, das emoções, etc. Essa “coisa” se chama AMOR e pode ser expressada de diversas maneiras, em diversos contextos. Essas fotografias são PURO AMOR, ternura e carinho, e com certeza têm uma aura, um poder, uma função de chave, abrindo as portas para que, sensivelmente, eu e a Luísa possamos acessar essas lembranças dos lindos momentos que passamos com nosso pequenino e lindo Martín. É o amor contido nesse olhar que nos permite ultrapassar essas barreiras físicas e do tempo, para podermos reviver os momentos que estivemos na presença de um ser tão especial, no momento em que apenas podíamos nos comunicar através da barriga da Luísa. Um toque aqui do lado de fora… Um toque lá, do lado de dentro… Choro, alegria, felicidade… Somos papais do Martín! Um gurizinho que não apenas transformou nossas vidas, mas que com nossa história sendo aqui contada, tem a possibilidade de seguir em frente, vivendo e dispersando AMOR por todo o universo. Muito obrigado Luciana e Outstanding Blog por permitir que nossa história possa ser lida pelos amigos e família, mas também pelo mundo, por desconhecidos que buscam acalento no amor e que definitivamente podem se identificar com a história de nosso amor infinito. Com certeza nosso Martinzinho está muito feliz por ter, em tão pouco tempo, cruzado com pessoas tão especiais. Um abraço meu, da Luísa e do Pequeno Príncipe, Martín ! <3

  2. Que história mais linda, de pessoas sensacionais. Aos eternos pais do Martín um grande abraço e muito amor.
    “Eis o meu segredo: é muito simples, às vezes não precisamos de palavras, só do som que vem do coração”.

  3. Henry… adorei assistir a historia do amor dos 3. Tive uma mistura de amor, dor, tristeza, esperança e fe em que seja o q for, o amor sempre sai vitorioso e fica eterno. O vosso pequeno príncipe va ser para todos nos um anjinho que caí nos proteger e dar as forças para continuar.
    Ele chegou como un sinal de amor para vcs 2 que deviam continuar namorando para se demostrar um amor puro e frote.

    Saiva que tem uma amiga en argentina que norre de saudades de vc e espero algum día conhecer essa grao mulher e mae.

    To mto orgulhosa de voces e espero mtas pessoas sejam como vcs. Força!!!!

    Bjs

  4. Quanto amor e pureza nesse registro.
    Aos papais do pequeno príncipe saiba que ele estará lá cuidando dessa linda família.

    Parabéns Lu. Fico sempre emocionada com seus registros

    1. If I pay for the download version of PhSttooudio 6, can it be downloaded to a dvd? And then can it be installed from the dvd? I have lost software over the years when my computer breaks and I get a new one and the software cannot be retrieved from the old computer.

  5. Linda a história! Parabéns a todos os envolvidos! E um abraço especial a meu amigo RICO, foi em vocês que também superei a minha tristeza da perda de um filho em gestação ainda! Beijos a todos vcs e um em especial ao pequeno príncipe Martin!

  6. Não consigo colocar muito meus sentimentos quando escrevo, mas tenho um carinho muito grande por você. E com certeza vão ter muitas histórias lindas para viver. E aquele anjinha vai estar do lado de vocês. Um carinhoso Abraço! !!

  7. Não tenho nem palavras para falar algo, apenas dizer que as lágrimas rolam…parabéns pelo relato.

    1. Déia querida…! Imagino o que passa pela sua cabeça. Mas isso é para ver que não estamos sozinhos nesse mundo de lutas e superações. O amor que mora dentro da gente deve falar mais alto sempre. Tenho certeza que a dor da perda é pra toda a vida, mas tudo de lindo que se viveu junto não morre dentro de nós. Beijo no seu coração.

  8. Linda história. Me identifico muito. Em março desse ano perdi meu Lucas. Nasceu de 26 semanas. Viveu cinco dias na uti. Esses cinco dias pude sentir o amor de mãe, conversei com meu filho que correspondeu meu amor abrindo os olhinhos e sorrindo pra mim. Dei o meu leite pela sonda. Mas o pulmãozinho não amadureceu o suficiente. No domingo de Páscoa ele partiu mas deixou em seus pais o sentimento li do que sentimos e um amor eterno. Nunca será esquecido e o ensinamento que recebemos do nosso anjinho. Nosso amor continua mais forte que antes. Um abraço para vocês pais de gestação!

  9. Linda história. Me identifico pois sou mãe de anjo. Meu pequeno Lucas veio ao mundo com 26 semanas. Viveu cinco dias na uti. Nesses cinco dias, sentimos o amor de mãe e pai. Conversamos com ele, que correspondeu abrindo os olhinhos e sorrindo. Dei o meu leite pela sonda. Mas o pulmãozinho não amadureceu o suficiente. Ele nos deixou no domingo de Páscoa desse ano. Nos deixou um ensinamento lindo e o amor eterno. Um abraço a vcs pais de gestação. Vilma, Sandro e Lucas (anjinho amado).

  10. Há Martin e eu sonhei em te pegar no colo e te ver escorrengando no parquinho e caindo nos braços da tia Ana dando risadas!!
    Querido Martins serás amado e lembrado eternamente como um bravo guerreiro que em tão breve passagem tanto amor irradio que me faz vir as lágrimas nesse momento, mas não de yristeza e sim de saudades mesmo sem ter te conhecido.
    karine Romera

  11. Extremamente emocionada com ess história.. há 4 meses perdi minha bebezinha com apenas 2 meses e 10 dias de vida… somente o amor é capaz de nos dar forças nesse momento pra continuar.. seguir em frente acreditando em novos dias de alegria.. todo meu carinho a ess família e Lu.. todo meu respeito e admiração pelo seu trabalho.. um bjo grande..

  12. Lucianaaaaa! Mesmo te conhecendo me surpreendo contigo ainda! Tu não entendes só das lentes destas tuas máquinas, tu entende de gente e de amor. Lindo relato. Linda história. Lindos registros.

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