Essa semana nós conversamos com Victor Guidini, fotógrafo brasileiro que mora em Londres. Ele nos conta nos dá dicas sobre o mercado de fotografia em Londres e Europa. Leia até fim, visite o site do Victor e descubra como aproveitar em sua carreira a experiência desse talentosíssimo e inspirador fotógrafo de casamentos e ensaios.
Boa leitura.
Você irá fotografar em outro país? Então, não vá antes de ler esta matéria.
Meu nome é Victor e sou cinegrafista e fotógrafo em Londres. Eu comecei a trabalhar com fotografia em meados de 2008, mas trabalhei com áudio e vídeo por muitos anos. Fui engenheiro de som em estúdios, gravando e mixando bandas e também envolvido em outros tipos de projetos audiovisuais. Antes disso, fiz faculdade de música em Florianópolis e atuei como músico, tanto em Florianópolis quanto em São Paulo – cidade que morei por cerca de 10 anos antes de me mudar para Londres.
Vim para Londres para fazer mestrado em cinema e gostei tanto daqui que acabei ficando… rs… Alguns meses depois da minha chegada, comecei a trabalhar como cameraman e com fotografia. Certo tempo depois, alguns amigos que estavam de partida de Londres, pediram para fazer seu ensaio fotográfico em lugares da cidade que marcaram a historia deles.
Londres é o tipo de cidade que muitas pessoas vêm para ficar apenas determinado período, por exemplo, cursos ou trabalhos de intercâmbio, depois voltam para seus países de origem. Eu percebi que elas queriam guardar a recordação de sua estadia em Londres, ao mesmo tempo, vários casais começaram a me chamar para fotografar seus casamentos e vi que eram duas áreas promissoras para a minha fotografia: O casamento e o turismo.
Além dos trabalhos com vídeo e foto por todas Europa, também tenho meus projetos pessoais de fine-art e fotografia de longa exposição.
Mas nem tudo são rosas neste caminho… Por começar em um país diferente do meu, precisei aprender muita coisa nova, me dei mal algumas vezes e já tomei até calote! E sempre que sou contratado para fotografar em outro país que nunca fotografei antes, faço sempre longa pesquisa sobre o local e as possíveis adversidades que poderei encontrar. Listei aqui para o Blog Outstanding 10 dicas para quem quer fotografar no exterior e evitar possíveis aborrecimentos:
1 – Contratos: Tudo deve estar bem especificado em seu contrato (horários, produtos, copyright, releases, condições, responsabilidades, pagamento e afins). É importante para você e para o cliente ter certeza sobre os serviços oferecidos. E é de muita valia contratar um advogado ou associação de fotógrafos profissionais para que façam este serviço para você.
2 – Permissões: Nem todo lugar é possível fotografar profissionalmente sem licença. Não somente aqui em Londres, mas em vários lugares da Europa. Mas, Londres, é particularmente especial neste assunto, existem áreas bem turísticas que são propriedade particular e não é possível fotografar. Verifique tais condições e tenha sempre seu plano B.
3 – Horários e eventos: Sim, alguns lugares fecham. E em ouros dias abrigam eventos que podem inviabilizar qualquer chance de fotos no local (como maratonas que bloqueiam ruas ou algum desfile, etc.). A internet é sua amiga nisso.
4 – Visitas e referências: É sempre bom fazer a visita prévia. Geralmente eu cronometro o tempo de deslocamento entre locações e o tempo disponível para as fotos. Também é bacana fazer aquela pesquisa básica no Google e checar algumas fotos que já foram feitas no local, evitando assim as fotos clichê.
5 – Comunicação: Mesmo que você esteja somente de passagem para fotografar, saber a língua local sempre ajuda, e muito. Mesmo não sabendo, porém, esforçando-se para falar também ajuda muito, já se você quer morar e trabalhar no País, esse quesito torna-se indispensável.
6 – Serviço ao cliente: Essa dica vale para qualquer lugar do mundo. Sempre ofereça o que há de melhor para seu cliente. E durante uma viagem as pessoas podem ficar com os ânimos bem alterados, por isso, respire fundo e sempre faça o melhor possível.
7 – Finanças: Isso vale para qualquer ramo da fotografia. Tenha em mente os custos das coisas. Coloque no papel quanto realmente o ensaio irá custar: passagens, comida, translado, transporte, permissões, hospedagem, seguro, vistos, tempo, equipamento, transporte do equipamento, assistente, entradas, etc.
8 – Culturas diferentes: Este aprendizado é diário. Se você está lidando com clientes brasileiros, geralmente não tem problemas, pois é senso-comum o que é aceitável ou não (com limites). Mas se você está lidando com clientes, países e culturas diferentes da sua, vale a sensibilidade e diálogo com o cliente. Num país diferente, sempre estude e observe os hábitos das pessoas e a cultura local para evitar problemas.
9 – Seguro: Se você está trabalhando em outro país, tenha seguro válido neste país. Aqui na Europa, além de seguro do equipamento, tem o public liability que é um seguro caso qualquer pessoa/empresa te processe e o professional idemnity que é caso teu cliente te processe. Estes dois seguros são obrigatórios para trabalhar na maioria das casas de eventos ou fotografar profissionalmente.
10 – Divirta-se! Arranje tempo para curtir também a viagem!
Para saber um pouco mais do meu trabalho de fotografia de casais e casamentos, você pode visitar meu site www.victorguidini.com e outros trabalhos em https://www.victorguidini.com/pt-br/
Texto e fotos: Victor GuidiniSite: |
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